quarta-feira, fevereiro 15, 2006

A invasão dos bichos

Alguém já viu um filme chamado “A invasão das rãs”??? Acho que é esse o título, não lembro direito. O filme é uma porcaria, mas me marcou profundamente: ajudou a aumentar ainda mais o meu horror por certos bichos. Cobras, lagartos, aranhas e bichos esquisitos estão neste rol. Acho que vi num Corujão, num dia sem sono durante a adolescência. A partir de então, tenho a mania de levantar a coberta do colchão, caso esteja dormindo numa cama “desconhecida” por assim dizer.

Bom, o “nariz de cera” foi só pra dizer que sofremos uma certa “invasão dos bichos” aqui em casa. Primeiro, a invasão foi minha no habitat natural deles: acho que atropelei uma cobra no caminho até São Francisco do Sul. Fomos pelo caminho mais longo e pegamos uma enorme estrada de terra – muito boa, diga-se de passagem – e a cobra atravessou a pista lentamente (e ela era grande), mas não sei dizer se a atropelei ou não. No próprio hotel, ao chegarmos no restaurante quase não comemos direito, pois tínhamos que brigar com os bichinhos de luz que insistiam em tentar tomar a nossa cerveja. No quarto, mariposas e “bruxas”. E de manhã quando saíamos para o café, ficamos no dilema se abriríamos a porta ou sairíamos pela janela mesmo: um barulho estranho a nossa porta... Com muita coragem, abri a porta (colocando a Moniquinha como escudo claro – ah!! esqueci de falar, fui com a Moniquinha porque o Rogerio estava viajando pra variar...) e lá estava o pobre coitado do beija-flor preso no corredor, sem achar a saída (era só ele voar mais baixo, que ele encontrava...). E ainda vimos uns golfinhos que acompanharam a nossa balsa durante o passeio de barco que fizemos por lá.

Em seguida, a invasão foi deles. Na segunda-feira passada, eu acho, choveu muito aqui em Curitiba (como, aliás, vem acontecendo desde então, claro que a cidade não fica alagada como o Rio, mas mesmo assim é um transtorno) e acho que com a chuva, veio também um grilo que ficou preso na nossa varandinha. Eu e ele estávamos convivendo muito bem, acho que ele estava me fazendo companhia, sei lá, mas não estava me importando muito com ele ali. Ele só começava a cantar, piar, fazer barulho no final da tarde, mas era só acender a luz, que ele parava. Mas o Rogerio voltou e a implicância começou. Varanda fechada, ele no computador, bastou o bichinho começar a tagarelar e Rogerio pulou da cadeira e foi atrás dele. Não preciso dizer da luta quase inglória que foi para acharmos o dito cujo na varanda. Temos muitas plantinhas (adoro) e simplesmente tiramos TODAS do lugar para achá-lo. A novela continuou, pois não tínhamos como dar aquele peteleco e tirá-lo dali. Pula daqui, pula de lá, tira planta daqui, tira planta dali. Ok, você venceu, inseticida na mão, adeus grilo!!!!

Desde que chegamos, acho que tem bicho na nossa janela. Comprovei isso, quando vi o coco do misterioso na própria janela. De cara falei, é morcego. Mas minha faxineira disse um dia que achou o mesmo coco no quarto e que aquilo era rato. Não acreditei muito nela não, mas beleza, entrei na paranóia: temos um rato em casa. Só que todo dia à noite, um barulho do lado de fora me acordava ou nem me deixava dormir direito (ok, isso não problema, eu durmo bem pacas!!!). Na sexta-feira passada de manhã, olhei a janela e não é que o bicho estava lá?! Temos uma dessas janelas que abrem pra fora e servem como persiana, não sei explicar direito, mas enfim, o bicho estava dormindo debaixo do trilho dessa janela. Primeiro, achei que estivesse morto, liguei pro Rogério e avisei. Depois liguei de novo pra dizer: “ele tá vivo, tá mexendo as perninhas” (em pânico, pra entender). É bom dizer que o bicho em questão era mesmo um morcego que deve ter aprontado todas na noite anterior porque eram 11h da manhã e ele dormia feito um bebê. Liguei para o porteiro e ele veio aqui para tirar o bicho da janela. Depois de uma bela cabeçada no vidro e dele afirmar que o bicho estava morto, ele veio quase que correndo pra cima de mim: “tá vivo”!!!! Daaaahhhh, eu sei, né?! Te chamei aqui pra quê?? (pensei, só...). Delicadamente, o porteiro tentou tirar com o cabo de uma vassoura, a criatura de lá. E não é que ele nem se importou muito com alguém cutucando ele???? Não sei se foi medo ou se o porteiro perdeu a paciência, só sei que ele acabou esmagando o morcego contra a parede da janela e não teve dúvidas: jogou o “corpo” lá pra baixo.


E olha que pr’uma cidade cujo o maior inimigo é a tal da aranha marrom, acho que estamos bem!!! Pelo menos, esta aí ainda não apareceu (e se Deus quiser, nem vai aparecer).